quarta-feira, 2 de março de 2011

Carta ao Futuro

Meu querido futuro filho,

A vida não é um conto de fadas, nem tão doce quanto parece.

Aproveite seus dias de parquinho, TV, brinquedo.

Curta cada pedacinho de bolo, cada suspiro ou brigadeiro.

Um dia vai estar no meu lugar dizendo pra sua mãezinha aqui

Que precisa gastar, que tem sonhos e quer levar a namoradinha no cinema.

ÔOOO meu filho, não tem problema, não.

Se cuide

não só brinque como eu, leia, estude,

Faça de ti um bom profissional

Não vai querer saber só de carnaval!

Se não acabará como a mamãe: na amargura,

Tinha um talento, mas não soube usar.

Tava sempre embriagada; com as belezas da vida.

Não se perca tanto nos caminhos

Lembre-se da meta.

domingo, 8 de agosto de 2010

Culpa no cartório (poema pras horas críticas)


Que papo é esse de certo e errado
De inocente ou culpado
Que você vem me dizer
É, você mesmo aí do outro lado
Pensa que é quem pra me condenar ou me defender?
Qual é a sua?
Você aí dentro desse espelho
A repetir meus movimentos
Ser a replica de meus pensamentos
Minha imagem derretida de LSD
Há! Me polpe! Vai se fuder!
Com essa cara de correta, ainda chora fingi que é poeta
me olha com esses olhos
me reprova e diz ta tudo errado
Se martirise
Perca suas horas a se matar de chorar escutando essas vozes de minha mente
Calem a boca malditos moralismos
Regras de etiqueta e certos costumes
“não tenha ciúmes”
“não morra de amor”
“coma sempre moderado”
“compre com o preço mais barato”
“pense antes do 1 ato.”
Fecha a porta desse armário mofado
destrói toda essa vontade de acertar
Abra as gavetas deixe sair essas lindas borboletas
que não se preocupam em acertar
Por favor cure esses complexos
e daí se meus atos não tem nexo?
era pra ter, nesse mundo complexo onde me sinto um E.T?
Só pode estar tudo trocado nessa cabeça pra baixo
Nesses olhos tristes numa noite de sábado
e dá pra parar de Rima procurar
palavra caber
passar em vestibular
prêmio merecer
declaração assinar
aplauso receber
E tudo isso pra CURAR a porra do abismo
entre o que eu sou e o que eu pretendo ser.

domingo, 1 de agosto de 2010

Destemida

Tive medo da minha coragem.
Era solta demais.
Intestino preso; nunca!
Perguntar a procedência, jamais!
Nas estradas, solturas, acampamentos
cada hippie, cada Buda, cada olhar.
De tapiocas e carinhos
De sintéticos, barbitúricos, anestésicos
De loucura, cerveja, cachaça e vinho...
Cada filosofia de mendigo,
Sermão de louco de rua
Palavra de senhorinha em porta de supermercado
Cada criança que fala e nem sabe o que falando
Tudo anjo....
Tudo sinal do além
Essas coisas que nos são enviadas e nunca se sabe por quem.
Sei que busco a entrega, mas não sei onde está
Mas quando a vejo nas telas
Fico louca, doida
Choro, pulo da cadeira
E penso..
“quero estar lá”
Nesse tempo infinito
Nesse instante imprimido
Na película ou no celular
Cada foto na parede
Conta minha trajetória, meu lugar
Sei lá onde vou estar nos próximos anos.
Só pedi pra você me amar
Só solta esse amor louco
Deixa a vida fluir
Podemos seguir juntos
E depois separar
que mal tem
Pegar carona numa história de cinema?

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Gata Escaldada

Tão vazia

Me preenchendo de comida

Doces, chocolates, massas, gordurices

De pênis, pau, pinto,

Rolha, taça, vinho.

Roupa, sapato, batom, revista da moda

Shake que emagrece

Elogio fingido

De quem só quer me devorar

Chupar as coxinhas e jogar fora a cabeça.

Assim, nua, deitada, penso em ser inteira

em não precisar de toda essa tralha

Isso não é nenhuma novidade

É só papo de gata escaldada

Pausa.

Hora da faxina.

Solto verso, solto rima

Junto essa porcaria toda e jogo no lixo.

Não se iluda,os cafajestes vão junto!

As porcarias que me engordam, a informação desnecessária,

meus ódios, rancores, que me deixam pesada.

Deixa sair....

E que entre coisa nova

Vento arejado

Luz clareando a alma.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Já disse


Adoro adormecer em seus braços
Seu cheiro...
E repito: Te Amo!
A frase de quem falou primeiro
Agora ressoa como
Bom Dia, num café da manhã.
E nesses amanheceres, inusitados, me banho
Em beleza, mar, felicidade.
Olhando pra você assim
Bonito, sorrindo extasiado
Me pego fazendo barulhos esquisitos
Com ar de bicho gruindo
Num ninho confortável
Ando assim borboleta louca cantando
Cachorro que encontrou o dono
Mulher bem amada.
Proteção e aconchego vindas de teus olhos, carícias
e até de palavras ríspidas
Apenas falta de quem não tem jeito de lidar com o delicado
Mas te encho de mimo e trato
e sigo te amando cada dia mais.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Parilse

Ultimamente não sinto mais medo de viver
As cartas de tarô não me assustam mais
Uma sede de experimentar
E sempre aquela vontade latente de abrir a janela e ter vistas bonitas
Vista pro mar
Quero você que não conheço
Quero esse amor, de filme
Essa sensação de festa de beijo gostoso,Firme, molhado!
Quero pau duro entrando
Quero amor no penetrar
Carícia Carinho Respeito
Beleza
Jardim, cachorro
Gente sorrindo
Taças de vinho
Livros de poesia
e fotografia
Roupas soltas e penteados retrô
Dinheiro na conta
Café da manhã
Suco de beterraba, cenoura e laranja
Sol entrando pela varanda
vestida de cortina branca
Vitrola
som suave de mulher romântica romance
Anel no dedo
Flor
Capim
Fios solares
Aconchego
Abraço
Filme Cult coisa boa pra se conversar
cinemateca de apartamento e mesa de bar
Florzinha, beijinho
Poder comer, deliciar
Perereca livre
Sem camisa
Sem alcinha
Sem drama
Alívio
Abraço de amigos
Curtição, galera no sofá, junta pra sair na foto
careta, chifrinho
Caiu!? derruba todo mundo... Montinho!
Gargalhada
Barriga doendo maxilar de tanto feliz acompanhado
de gente legal
Com pensamentos interessantes
Arco-íris na praia limpa
Samba
Musica nova
Musica velha
Channel nº5
Bem sucedimento
Festa show Bike
Cabelo voando, óculos antigo
Foto bacana álbum
Coisa pra comentar
Imagens felizes e juntas.

terça-feira, 13 de julho de 2010

esse gosto

Ela (enquanto caminhava)

pensava

nesse gosto bom de vida

Com recheio de descoberta

Queria palavras novas,

não mais gastas

palavras grossas

palavras salto

Palavras livres

Frases preenchidas de espírito e pausa.

Mas não tinha tempo de explorar versos

Se perdeu nas horas dos fatos

em beijos/ abraços/ risadas/ momentos

Tão ocupada em degustar a vida, esqueceu de teorizá-la

Catalogou as alegrias em fotos

A Poesia ficou nos copos

nos ares, areias, lugares

amigos, malas, amor.

Bebeu toda a poesia com vodka (e não percebeu)

Acordou vendo poético.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Moda Verde Amarela


Sabe, eu fico mesmo comovida quando saio na rua e me deparo
Com aquela legião, aquele monte, o enumerando mar de camisetinhas amarelas.
Tem de todo tipo!
Com listra, de bolinha, com verde, azul,
Fita de cabelo, relógio bicolor, estrelinha...
Muitas combinações de bandeira.
Meião, apito, corneta, chapéu, salve a seleção!
É uma festa de moda patriota!
Fico toda arrepiada, sério!
Levanto da cama toda animada, com aquelas buzinas infernais e rio dizendo:
“que bom, somos mesmo, tropicais!”
Eu sei que futebol não põe mesa, não resolve a saúde, nem dá educação
Sei que esse lance de copa não resolve a política
Desvia o povo da eleição.
Mas.... Tenho que admitir
É bonito ver essa emoção
Toda essa gente unida
Ah... Gente!
Dá mesmo arrepio, Frio na barriga
Quando vejo a seleção de trabalhadores entrando
No campo da torcida
É bandeira, sorriso, camisa, Aperto de mão,
Brincadeira, piada, amizade com o motorista, o porteiro, o garçom!
Tudo vira conversa, Comentário.
Na rua, no metrô, mesa ao lado, beira de balcão.
Eu poderia reclamar do engarrafamento, do dia útil perdido,
Da lotação no metrô.
Poderia... Achar absurdo
O povo nem saber em quem vai votar
Mais o nome dos jogadores sortudos, com salários de milhão, há!
Isso ninguém vai esquecer, não!
Gosto mesmo é de ver o povo alegre
Com motivo pra comemorar,se unindo, se espremendo,
Cantando hino... A batucar!
Eu sei que futebol não tira fome, nem ajuda na cultura
Mas podia ter copa todo ano!

domingo, 27 de junho de 2010

Meninas

Nossos cabelos misturados no chão.
Quanta lembrança,
Dor, momentos...
Imagens de quando éramos crianças.
Barbies, árvore, pique-esconde
Hoje mulheres.
Na frente de um espelho escolhem roupas, decidem futuros,Fazem compras.
No caminho levam tomate, amizade, cebola, manjericão, coentro, Confiança .
Caminham juntas pra casa, risadas,
Conselho de amiga
Fazer almoço, tomar uma cerveja
Falar de homens, dinheiro, espiritualidade, Vida.
Seguem rumos diferentes
Passam por muitas idas , voltas, reencontros despedidas.
Mantendo o laço que as une...antes de brinquedo hoje imune.
Sentadas no metrô riem de seus destinos
E planejam fantasias de carnaval.

Deriva

Não vejo a hora

De ir embora

De mudar de vida

Devia eu?

Derivar, desviar de rota

Devia cartões de créditos

Acreditaria eu?

Que de vida não tinha nada

Roupas jogadas

Sono nos dias

Olhos abertos na madrugada

À deriva

E quem vinha me salvar?

Uma mensagem de facebook ou celular?

Poema besta de beira de privada

Escrevia, lia e não fazia nada.

Mudar de vida, De estrada

Sair da depressão dos dias

Encarar os obstáculos, Nãos e ferroadas

Siga – Dizia a placa

E eu Pare.

Perigo na caminhada.

Ai... caminhada Tortuosa de realizações de sonhos

Conquistas, medalhas.

Dá só pra viver sem querer subir no pódio?

Quisera eu mudar a deriva

Pagar a dívida

Ser alguém melhor e mais feliz.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Uma Brecha

Me chama ...
quero fazer parte do seu coletivo
Deixar de ser só o meu umbigo
a perambular nas ruas e achismos
do meu eu particular.
Tem um lugar pra mim?
Uma cadeira vazia, um espaço na fila,
Uma função pra executar?
Me chama
me liga
Me telefona
Tem um (x) pra eu marcar?
Posso ser da trupe,
Do grupo, do time, da confraria,
Da rapaziada, da roda de samba, da bruxaria,
Assisto tuas aulas, compro camisa, colo adesivo,
Grito de guerra, vendo idéia
Posso participar?
Me chama pra brincar?
Discutir, debater, criar, dividir, ler, realizar
Conseguir, rezar, comparecer, fazer rir,
Completar.
Por mensagem, scrap ou celular
Vai... abre uma brecha desse seu coletivo particular.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Puro e Simples

Deitada e inebriada em teus braços
Envolta de uma paz
Há tempos não sentida
Entregue à teus mimos, carinhos, prazer.

Mr. Pra Que?

Pra Que me tomar assim pra junto de ti?
Pra Que me fazer ir ao teu encontro?
Pra Que me fazer ir no mais fundo de mim?
Me coroou e lhe dei meu melhor
expresso em palavras, gestos,
olhares místicos, puros, lânguidos.
Musicou nossos momentos ; tocou nossos encontros

Mr. Amor

Mr. Aonde vamos assim agarrados sem nos desgrudar?
Colados no silêncio de uma tarde de domingo ainda me pergunto
Gosta de mim? Mas reprimo.

(...)

Ainda acredita nas lágrimas de uma atriz?

(...)

Príncipe disfarçado de Plebeu...
Preencheu meus vazios
musicou meu cada segundo aflito e eu insisto...

“eu não sei em que hora dizer me dá um medo, que medo...”

Na leveza do meu olhar digo

desses dias que passamos juntos

Posso dizer precipitadamente

que já te amo.

Sinais

Sou tão lida nesses olhos imensos
Tão jovem nas incertezas mundanas
Forte nas pedradas da vida.
Choro, faço birra de menina, mas quando é sério...
Quando é coisa de morte/ desastre/ perda/ queda/ susto/ corte
A mulher emerge da terra, tira criança da boca de jacaré,
tomba ônibus
sobe mesa de refeitório
Enfrenta polícia.
E quando é muito, muito, muito forte, sorri mordendo a mágoa.